Autarcas e STAL <br>contra fusões
O STAL e os autarcas da Área Metropolitana de Lisboa (AML) realizaram anteontem, 30 de Junho, diversas acções de protesto contra a fusão num pequeno grupo de «mega-empresas» das actuais 19 empresas multimunicipais de abastecimento de água, detidas pela Águas de Portugal. Estas acções tiveram lugar precisamente no dia em que se realizaram as assembleias-gerais daquelas entidades, onde seriam aprovadas as respectivas fusões e alterações estatutárias.
Numa nota publicada, dia 29, no sítio da Internet do STAL, rejeitava-se o processo de reestruturação do sector da água que está a ser implementado pelo Governo, o qual tem como principal objectivo «concentrar capital, clientes e volume de negócios, à custa da expropriação dos activos municipais nos sistemas de água e saneamento e criar condições para a sua futura privatização». Para o STAL, estão em causa «os direitos dos trabalhadores e os seus postos de trabalho, bem como os interesses das populações, que serão penalizadas com um brutal aumento das tarifas em todo o País». O sindicato realizou acções de protesto em Vila Real, na Guarda, em Coimbra e em Lisboa.
Quanto aos autarcas da AML, concentraram-se junto à Mãe de Água, nas Amoreiras (em Lisboa) para reafirmar a sua oposição à agregação de diversos sistemas multimunicipais na empresa Águas de Lisboa e Vale do Tejo. O presidente do Conselho Metropolitano de Lisboa e edil de Sintra, Basílio Horta, sublinhou o repúdio dos municípios por esta reestruturação. Presente na concentração esteve, também, o presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá, que denunciou o previsível aumento de 40 por cento na tarifa da água no seu concelho, acréscimo na factura a pagar pelos contribuintes que se calcula que possa ascender a mais 75 por cento noutros casos.